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O singular espaço deste antigo reservatório de água, com renovação arquitetónica assinada por Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez e projeto museográfico de João Mendes Ribeiro, foi transformado numa estação arqueológica onde se intersetam três funções primordiais — é, simultaneamente, um museu, um espaço de trabalho e de mediação e uma reserva viva onde se guardam vestígios arqueológicos.
Concebido como um labirinto do tempo, no sentido que não está organizado de modo linear ou teleológico, o espaço do Reservatório estrutura-se em função de dois eixos: o primeiro, na horizontal, é topográfico; o segundo, na vertical, é estratigráfico.
O eixo topográfico distribui-se pelas diferentes alas do espaço expositivo e corresponde, simbolicamente, a zonas do território onde importantes campanhas de escavação, ocorridas ao longo dos séculos XX e XXI, revelaram formas de povoamento de várias épocas e todo o tipo de vestígios materiais, que permitem uma leitura espacial e temporal da evolução da cidade que hoje conhecemos. São elas a Barra do Rio e Plataforma Litoral; Frente Ribeirinha e Areias Altas; Morro da Penaventosa; Estradas e Caminhos.
O espectador desloca-se no espaço, mas também no tempo; à medida que vamos sondando o espaço em profundidade vamos chegando mais longe no tempo, atravessando diferentes épocas do período histórico e pré-histórico, a que, sucessivamente, correspondem, enquanto evidências materiais, diferentes artefactos ou fragmentos datados desses períodos: Épocas Contemporânea e Moderna, Época Medieval; Época Romana; Idade do Ferro; Idade do Bronze; Paleolítico.
O visitante é, pois, convidado a entrar numa máquina de ler a cidade — aqui, leitura, deve ser entendida no sentido mais lato da palavra, pois implica várias das faculdades percetivas de que dispomos: para além, ou aquém, da visão, o tato, o olfato, a escuta, a imaginação, a contemplação, a meditação.
O Reservatório é, do ponto de vista programático, um espaço permanentemente orgânico, em que os objetos não são coisas inertes mas elos de ligação aos modos de pensar e de fazer dos nossos antepassados. Um Museu como espaço de constante questionamento, como espaço de trabalho e de troca, como lugar de produção de conhecimento e que estimula a criação. Um lugar para acolher a comunidade e fazer comunidade.
O Reservatório tem projeto sonoro de João Pais Filipe.
Imagens—Atlas: António Alves (Museu do Porto) e Miguel Nogueira (CMP), planta e vista de João Mendes Ribeiro.
CADERNO 1: MORRO DA PENAVENTOSA ESTRADAS E CAMINHOS
CADERNO 2: FRENTE RIBEIRINHA BARRA DO RIO
CADERNO 3: AREIAS ALTAS PLATAFORMA LITORAL
RESERVATÓRIO — álbum
Descobertas arqueológicas encontram Reservatório, a primeira estação do MdC
Terças-feiras—Domingo
10H00—17H30
Encerra às segundas e dias feriados.
Parque da Pasteleira (Entrada Poente)
Rua de Gomes Eanes de Azurara, s/n
4150-362 Porto
GPS: 41.151579, -8.662588
Localização
200, 204, 207, 504
Free parking spaces.