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Douro: Terra e Atmosfera

MUSEU DO VINHO DO PORTO

Linhas do Douro — intervenção de Duarte Belo

Douro é nome de rio que transborda para as margens, tornando-se também nome de uma região. São cerca de 100km – desde Barca d’Alva, na fronteira com Espanha, até Barqueiros, quase a desaguar no Porto – em que o Douro é água e terra. Do seu longo curso [cerca de 900km], é aqui que Douro é nome de um encontro de água, pedras, plantas, animais e pessoas, e a chave por trás da qual este encontro pela primeira vez e também a última se dá.

Um terroir feito à mão. Os socalcos não existiam, foi preciso rebentar as fragas, desfazer as pedras xistosas das falésias tumulares que se levantavam nas margens mais expostas ao sol. Fazer o clima. O ar, o fogo, a terra e a água atingem aqui um ponto de equilíbrio de onde nasce uma forma de vida vegetal irrepetível, cuja fermentação converte no nobre e internacional Vinho do Porto.

Em primeira instância, esta exposição é uma experiência performativa que pode ser entendida como uma composição; trata-se de uma exposição que tem uma duração — articula, faz coabitar sons antigos e contemporâneos, depoimentos ouvidos, vozes do além e visões do passado projetadas no presente. É, na sua versão aérea, uma paisagem sonora. É uma (e)vocação animista da região, que convoca a voz dos homens, o canto das aves, o som metálico do xisto, o correr das águas e o sopro do vento.

Em contraponto, a terra, o chão, a matéria foram trabalhados e trazidos pelo atelier de arquitetura Skrei e o enólogo e produtor de vinhos Mateus Nicolau de Almeida, resultado de uma continuada e profícua colaboração na região do Douro, em Vila Nova de Foz Côa, em torno da criação de lugares para o culto do vinho. Juntos, oferecem-nos um panorama dessa demanda conjunta, desse inquérito aos segredos da região, na qual, sob a auspiciosa tradição dos monges cistercienses, dialogam conhecimento do passado e experimentação.
Claro que, em rigor, não se trata somente de conceber e montar uma exposição sobre o Douro, mas também o nosso tributo aos jardineiros da Terra.
Nuno Faria e Eglantina Monteiro

 

 

LINHAS DO DOURO 

de Duarte Belo

 

Esta intervenção inaugura a colaboração de Duarte Belo com o Museu da Cidade enquanto fotógrafo residente da Extensão do Douro.

Duarte Belo vem, desde o início da década de 1990, fotografando exaustivamente o “espaço português”, conforme lhe chama, construindo um percurso único no panorama da fotografia em Portugal.

As muitas e prolongadas incursões do autor ao território do Douro definem um levantamento visual amplo e abrangente, que cobre diversas tipologias, entre a paisagem e o povoamento, o espaço urbano e o espaço rural, a arquitetura, a geologia, as marcas na paisagem – num contributo inestimável para a documentação e a compreensão daquele território único.

Linhas do Douro segue o trilho do rio e dos seus afluentes, assim como das linhas ferroviárias que em tempos não muito distantes ainda permaneciam ativas, ajudando o visitante a melhor compreender o desenho do território, das circulações e migrações que nele ocorreram e ocorrem.

 

Duarte Belo tem formação em arquitetura (1991). Desde 1986 que trabalha no levantamento fotográfico sistemático da paisagem, formas de povoamento e arquiteturas em Portugal. Este trabalho continuado sobre o território deu origem a um arquivo fotográfico de mais de 1.880.000 fotografias.

Com

Pedro André, Daniel Silvestre, Roque Gameiro, Barão de Forrester, António Cruz Gomes, Michel Giacometti, SKREI, Domingos Alvão, Mateus Nicolau de Almeida, Adriano Nazareth, Étienne Hofmann, Emílio Biel, Duarte Belo.

 

BILHETES

BILHETEIRA ONLINE

No local e nas estações do MdC.

Info

HORÁRIO

Terça a Domingo
10H—17H30

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GPS: 41.140207, -8.615170
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500, 900, 901, 906, ZM, ZR, 1

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