O imóvel hoje designado por Ateliê António Carneiro surge da necessidade do pintor António Carneiro (1872-1930) reunir num mesmo espaço salas de trabalho e de exposição, assim como habitação para si e para a sua família. Relembramos que António Carneiro foi pai de dois conceituados artistas do século XX, o músico Cláudio Carneyro (1895-1963) e o pintor Carlos Carneiro (1900-1971).
O primeiro projeto datado de 1920, da autoria do arquiteto Raul Lino (1879-1974), acabaria por não ser realizado. Em 1923 é registado o projeto do engenheiro Manuel Duarte Moreira de Sá e Melo (1892-1975) em colaboração com Álvaro Pinto (1889-1957). O ateliê é inaugurado em 1925 e no mesmo ano morre a sua filha Maria Josefina (1898-1925), acontecimento que viria a repercutir-se de forma indelével na sua obra. António Carneiro morre prematuramente em 1930.
O lote limitado a poente pela Rua António Carneiro (antes Rua de Barros Lima) é dominado pela casa e um pequeno jardim a Sul. Trata-se de um jardim formal de linhas muito simples, pavimentado em lajetas irregulares de granito e constituído por 4 parterre ou canteiros, delimitados por muretes, com a configuração de quarto de círculo e quartos de elipse, pontuados por um antigo Cupressus e vários exemplares de camélias. Das árvores de fruto mandadas plantar pelo pintor Carlos Carneiro subsistem uma nespereira e um diospireiro.
Rua de António Carneiro, 363
4300-027 Porto
69, 70, 94, 206, 800, 801, 301, 207, 400
Heroísmo