Voltar

A camélia preferida de Muriel regressou aos Jardins da Casa Tait

© Armando Oliveira

A “Princesa Real” foi devolvida aos Jardins da Casa Tait durante o Percurso Especial de sábado, 18 de fevereiro. Era a camélia favorita de Muriel, a última habitante da família Tait a residir na casa.

 

Acometida por uma doença que resultou na sua morte, há mais de dez anos, a camélia “Princesa Real” regressou aos Jardins da Casa Tait graças à recolha, feita a partir da árvore original, por Armando Oliveira, sócio da International Camellia Society e sócio fundador da Associação Portuguesa de Camélias, e António Assunção, colecionador e reprodutor de camélias.

 

O crescimento desse enxerto foi acompanhado durante cerca de uma década, culminando agora nesta doação, para reforçar os exemplares de camélias reunidos nos Jardins da Casa Tait e acrescentar-lhes mais história(s).

 

A “Princesa Real” era a camélia preferida de Muriel Tait, último elemento da família a residir na casa.

 

Num artigo escrito em 1964, referia-se com entusiasmo ao exemplar plantado no patamar intermédio do espaço exterior da casa: A favourite of mine with flat rose pink flowers is ‘Princeza Real’, its leaves shade to a golden green. This camellia is neat looking and rather stiff and the flowers appear later than most cultivars. It is excellent for table decoration as it lights up exceptionally well. (em tradução livre: “Uma das minhas favoritas, com flores lisas cor-de-rosa, é a ‘Princeza Real’, com as suas folhas sombreadas a um verde-dourado. Esta camélia tem uma aparência elegante e algo rígida e as flores aparecem mais tarde do que a maioria dos cultivares. É excelente para decoração de mesas, uma vez que se ilumina excecionalmente bem.”)

 

O regresso da “Princesa Real” aos Jardins da Casa Tait foi promovido no âmbito dos Caminhos do Romântico, iniciativa do Museu da Cidade do Porto, e foi desenvolvido no decorrer do PERCURSO ESPECIAL #7 — AO ENCONTRO DAS CAMÉLIAS NOS CAMINHOS DO ROMÂNTICO.

 

A família Tait, particularmente através dos irmãos Alfred e William Tait, mostrou sempre um profundo interesse pelo meio natural, nomeadamente pela botânica, horticultura, floricultura, ornitologia e entomologia. Muitas espécies exóticas foram aclimatadas e plantadas nos Jardins da Casa Tait, ao gosto da época.