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A partir da sua obra nas Bibliotecas do Porto, um convite à redescoberta de Maria Archer

1937. No jantar de celebração do n.º 500 da Revista Seara Nova. Fotografia da Casa Comum, Arquivo da Fundação Mário Soares

A sessão #18 do Resgate propõe redescobrir a romancista, dramaturga e jornalista Maria Archer. Empenhou-se no combate à ditadura, teve obras proibidas pela censura, passou pelo exílio – uma “escritora silenciada”, que está presente nas coleções das Bibliotecas Municipais.

 

Um espírito livre, combativa e independente, Maria Archer abordou na sua escrita, entre as décadas de 1930 a 1960, temáticas polémicas da condição feminina de então: a dependência civil, económica e social da mulher, numa sociedade em que o divórcio e a independência profissional da mulher eram ainda tabu, mas também a violência doméstica, a sexualidade feminina, a virgindade, a honra, o aborto, o trabalho e a prostituição, entre outros.

 

Esta preocupação feminista e de crítica social levou a que tivesse obras proibidas pela censura. A autora não se coibiu de tomar posições públicas contra o regime salazarista e apelar à participação cívica das mulheres, tendo sido perseguida pela PIDE.

 

Produziu livros, crónicas, peças de teatro e literatura infantil; proferiu palestras, conferências; participou em programas radiofónicos, trabalhou para vários jornais em Portugal, África e Brasil, onde foi forçada a exilar-se, nos anos 1950.

 

Esteve afastada de Portugal mais de duas décadas, regressado só após o 25 de Abril de 1974. Incómoda no seu tempo, Maria Archer morreu no esquecimento, em 1982.

 

Nesta sessão, conduzida por Maria João Sampaio, vão mostrar-se as edições da autora existentes nas coleções das Bibliotecas do Porto, bem como manuscritos e correspondência que trocou com Carlos de Passos, entre 1948 e 1955.

 

O Resgate #18, dedicado a Maria Archer, decorre na quinta-feira, 15 de julho, às 15h30, na Casa do Infante. A participação é gratuita e as inscrições estão disponíveis aqui.