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Durante os próximos meses, Guerra Junqueiro vai ser uma figura central na programação do Museu e das Bibliotecas do Porto. As comemorações do centenário da morte do poeta (1923-2023) têm formalmente início com a sessão evocativa de sexta-feira, 7 de julho, nos Paços do Concelho.
A cerimónia tem início às 14h30 e conta com intervenção do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, para além do lançamento da obra inédita «IMAGENS DA PALAVRA».
Iniciativa do Museu e das Bibliotecas do Porto, esta publicação recupera a colaboração de Guerra Junqueiro com os artistas portuenses António Carneiro e Teixeira Lopes, entre outros, e reúne um conjunto de poemas do autor de Pátria, ilustrados em jornais da época por estes artistas portuenses. A obra será apresentada numa conversa moderada pelo diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado, com a participação da diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, do professor, crítico de arte e ensaísta Bernardo Pinto de Almeida, e do professor e investigador Henrique Manuel Pereira, autor do projeto editorial.
A sessão evocativa contempla vários momentos musicais (consulte programa detalhado).
Música para Junqueiro
Nesse mesmo dia, às 21h30, o auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett recebe o concerto «CANÇÕES PARA JUNQUEIRO», de entrada livre, com direção artística de Henrique Manuel Pereira e Sofia Serra.
O espetáculo reúne um conjunto alargado de obras musicais que usam por base a obra poética de Guerra Junqueiro e contará com António Salgado (baixo barítono), Fernando Guimarães (tenor), Leonor Barbosa de Melo (soprano) e Sofia Serra (soprano), para além do dizedor António Durães, da pianista Joana Moreira, e dos bailarinos Beatriz Simões e Lucas Borges. O concerto terá ainda participações especiais do Bando dos Gambozinos / Suzana Ralha (direção), e do projeto Rafeiro STRAY — Pedro Tavares (voz); RAEZ — Rui Santos (composição e eletrónica); Miguel Moura (piano); João Dias (trompete).
A música prossegue no sábado, 8 de julho, às 16h, com o concerto sinfónico da Orquestra Filarmónica Portuguesa, dirigida pelo seu Diretor Artístico e Maestro Titular, Osvaldo Ferreira, com Inês Andrade ao piano, no terreiro do Museu Romântico. Este espetáculo tem entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
A partir de segunda-feira, 3 de julho, decorre na Biblioteca Municipal Almeida Garrett um curso breve consagrado a Guerra Junqueiro. Nesta atividade, orientada por Henrique Manuel Pereira, procura-se explorar e dar a ver a figura poliédrica do poeta, homem comprometido e crítico do seu tempo, sensível e espiritual, regra geral incompreendido.
Mas a programação do Museu do Porto dedicada a Guerra Junqueiro arranca logo no início de julho, com a sessão do ciclo «UM OBJETO E SEUS DISCURSOS» a abordar a «querela da bandeira», numa conversa moderada por Fátima Vieira, e que conta com a participação de Bernardo Pinto de Almeida e Henrique Manuel Pereira.
Este episódio histórico, após a Implantação da República, opôs os defensores da bandeira nacional azul e branca (cores da Monarquia) aos da bandeira verde e vermelha. Guerra Junqueiro foi o grande paladino da bandeira azul e branca, defendendo estas cores por serem «as cores da alma nacional».
Nova exposição de longa duração
O programa de atividades desenhado pelo Museu do Porto para assinalar o centenário da morte de Guerra Junqueiro prolonga-se por um ano, com propostas para valorizar o singular legado cultural, artístico e cívico do poeta.
Será inaugurada, até ao final de 2023, a nova exposição de longa duração no Museu Guerra Junqueiro. Está também contemplado na programação comemorativa o ciclo de conversas «Guerra Junqueiro, Moderno e Ímpio», bem como uma série de programas educativos para todos os públicos, publicações, leituras e a criação da Biblioteca de Guerra Junqueiro, integrada no projeto «Biblioteca Errante», para promover o legado do poeta.
O objetivo central das comemorações do centenário da morte de Guerra Junqueiro passa por aproximar novos públicos da sua obra poética e promover a compreensão pública sobre a figura histórica e o seu tempo. O Município do Porto encabeça um vasto programa de homenagem, em resposta ao desafio lançado pela Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho Guerra Junqueiro. A iniciativa congrega quatro cidades de importância para o poeta: Freixo de Espada à Cinta, a sua vila natal, o Porto, Lisboa e Viana do Castelo – locais onde viveu e desenvolveu as variadíssimas vertentes dos seus trabalhos.