Este espaço destaca as artes decorativas e procura reconstituir o ambiente e a disposição original dos objetos na casa onde o poeta Guerra Junqueiro viveu, no Porto. Expõe-se cerâmica, metal, ourivesaria, escultura, mobiliário e têxteis, de períodos compreendidos entre os séculos XV e inícios do século XX.
Cada objeto realça um interesse particular evocando a sua época e transporta uma genealogia, com a coleção de mobiliário a patentear fragmentos isolados e fragmentos montados e completados, bem como obras de talha em madeira de castanho.
A coleção de escultura reunida pelo poeta Guerra Junqueiro e legada por testamento ao Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa ilustra a grande quantidade de esculturas, quase todas de temática religiosa, muitas das quais do século XV e XVI, em circulação no mercado de arte do final do século XIX e início do século XX, em madeira europeia, em alabastro, pedra de Ançã, em marfim e em cerâmica.
A coleção de pratas distribuía-se originalmente entre a sala de jantar e a pequena sala de fumo, sobre as arcas, armários e mesas. Na década de 1980, esta coleção passou a expor-se nos mesmos espaços, em vitrines, levando a desmontar uma parte substancial da disposição original das paredes.
O projeto de remodelação da década de 1990 levou à desmontagem da sala de fumo e à remontagem das paredes da sala de jantar, bem como à deslocação da prata em vitrines para esta zona de sobreloja, anteriormente área de residência dos doadores onde havia uma entrada, sala de jantar, cozinha e sanitários.
Nos séculos XV e XVI a Europa conhece uma crescente procura de alfaias para uso no culto católico romano: retábulos, cruzes de altar e processionais, castiçais, relicários, báculos, turíbulos, caldeiras, cofres. Muitas vezes em metais preciosos – ouro e prata, designados como ourivesaria – surge igualmente em diversas ligas de cobre, latão e bronze.