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Estátua «O Porto», 1935. Arquivo Histórico Municipal do Porto
No âmbito da comemoração do centenário de Fernando Távora, o Museu e Bibliotecas do Porto apresentam duas sessões que destacam o legado e a influência presente e futura do pai da Escola do Porto, sublinhando ainda a simbólica e o vaivém da estátua «O Porto» na cidade.
«Estes momentos serão como sondagens. Por um lado, inquirimos a influência do ‘arquiteto do Porto’ no pensamento e nas práticas de arquitetura contemporânea na cidade, pelo olhar da nova geração de projetistas; por outro, perguntamo-nos pela força e resiliência dos símbolos e memoriais do Porto, como a estátua que toma o seu nome, nos nossos dias.», refere Jorge Sobrado, Diretor do Museu e Bibliotecas do Porto.
Na sexta-feira, dia 27 de outubro, às 18h, encerra-se o ciclo «Távora — Identidade e Circunstância» com a conversa «Távora: Presente e Futuro». A sessão, que terá lugar no Arqueossítio, contará com a participação de Andreia Garcia, arquiteta, curadora e professora universitária em áreas da arquitetura e da cidade, e Nuno Valentim, arquiteto e docente na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. A reflexão em torno da circunstância e influência de Távora será moderada pelo geógrafo e autor Álvaro Domingues. A participação é gratuita, sujeita à lotação do local.
Programado pelo Museu do Porto, no âmbito da exposição «A Urgência da Cidade» patente na Antiga Casa da Câmara, o ciclo de encontros «Távora — Identidade e Circunstância», apresentou quatro sessões em torno da personalidade artística, cultural e pessoal de Fernando Távora, juntando antigos colaboradores, alunos e amigos do Arquiteto, entre os quais António Esposito, João Rapagão, Domingos Tavares, Paulo Moura, Luís Urbano, Nicolau Brandão e Teresa Cunha Ferreira.
Estátua «O Porto» é o foco da próxima sessão de Um Objeto e Seus Discursos
A próxima sessão do ciclo centrado nos patrimónios do Museu e das Bibliotecas do Porto decorre no dia seguinte, 28 de outubro, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, às 18h. A participação é gratuita.
Nesta conversa, os participantes irão debruçar-se sobre a história e a restituição da estátua «O Porto», símbolo do poder municipal. O guerreiro inspirado na figura do deus Marte, com elmo sobrepujado por um dragão, é da autoria do escultor João de Sousa Alão e do mestre pedreiro João da Silva.
Após a demolição dos Paços do Concelho, em 1916, para dar lugar à abertura da Avenida dos Aliados, «O Porto» foi condenado a um interminável vaivém na cidade, ora afastando-se, ora reaproximando-se da Domus Municipalis. Já em 2023, o Museu do Porto devolve o guerreiro de granito ao local preconizado por Távora na Antiga Casa da Câmara (popularmente conhecida por Casa dos 24), segundo o seu desenho original, nunca implantado, valorizando «O Porto» como um dos grandes símbolos memoriais da cidade.
A arqueóloga da Câmara Municipal do Porto, Joana Alves-Ferreira, será a moderadora da conversa entre a responsável pela gestão de Arte Pública Municipal do Porto e coordenadora do Banco de Materiais Maria Augusta Martins, e o músico português e presidente e diretor artístico do Coliseu do Porto, Miguel Guedes.
Retomado em março de 2023, o ciclo «Um Objeto e seus Discursos” é uma iniciativa do Museu e das Bibliotecas Municipais do Porto, sendo programado pelo seu diretor, Jorge Sobrado.