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É também ao som de músicas revolucionárias que o Museu e Bibliotecas do Porto comemoram os 50 anos do 25 de Abril. Integrado no “Revolução, Já”, o programa “Ao Ritmo da Revolução” arranca já no próximo dia 6 de abril, com “E Livres Habitamos a Substância do Tempo”, o primeiro de três ciclos, programados por Sofia Lourenço, que se prolongam até dezembro.
O primeiro ciclo de música dedicado à ideia de Revolução tem foco na música portuguesa. Integrado no programa comemorativo dos 50 anos da Revolução dos Cravos, “Revolução, Já!”, o ciclo de música “E Livres Habitamos a Substância do Tempo” apresenta quatro sessões no Museu Romântico, todos os sábados do mês de abril, a partir das 16 horas. A sessão inaugural será protagonizada por “As Canções da Liberdade”, de Rui Vieira Nery. “Com a sua competência e brilho, Nery irá estabelecer linhas de contiguidade entre as diferentes realizações musicais de temática revolucionária, surgidas após Abril de 1974, dando a ouvir excertos comentados.”, descreve Sofia Lourenço, pianista responsável pela programação.
Uma semana depois, Nuno Pinto revisita temas populares da música portuguesa, ao som de clarinete solo com acompanhamento áudio de banda sinfónica, destacando a obra “Langará” da autoria do compositor Alexandre Delgado, neto do “General Sem Medo”, Humberto Delgado.
No dia 20 será a vez do duo de piano e corne inglês brilharem com Roberto Henriques e Bernardo Soares, numa apresentação de arranjos musicais sobre temas de Carlos Paredes e Zeca Afonso, num diálogo com obras de revolta e resistência de autores como F. Schubert, F. Poulenc e Benjamin Britten.
A encerrar este primeiro ciclo, no dia 27 de abril, o coro juvenil Pró-Música EMcanto interpreta a capella, sob direção de Rui Silva, músicas compostas por Fernando Lopes-Graça cunhadas de “Canções Heróicas”, pelo seu contributo para a exaltação da liberdade, dando força aos que lutavam contra o Estado Novo. A primeira versão desta série, publicada em 1946, foi rapidamente proibida pela Censura. Ao longo de 50 anos, estas canções apenas circularam de forma clandestina, divulgada com grandes precauções num meio restrito de pessoas.
Assinalando outros movimentos revolucionários historicamente relevantes, o ciclo “Ao Ritmo da Revolução” prossegue em julho com cinco recitais dedicados à Revolução Francesa de 1789, sob o título “A Liberdade Guiando o Povo”, no Museu Romântico e no Museu Guerra Junqueiro. Em dezembro, também a partir do Museu Romântico, “Uma Terra Sem Amos” desdobra-se em seis sessões dedicadas à Revolução de Outubro, na Rússia.
A entrada em todos os recitais do ciclo “Ao ritmo da Revolução” é gratuita, estando sujeita à lotação dos espaços. Os bilhetes podem ser levantados nas 48h que antecedem cada sessão, nos balcões do Museu e Bibliotecas do Porto.