Nova 000
Por Nuno Faria
13 Fevereiro 2020
Os museus, tal como os entendemos, são lugares de produção de conhecimento. Ao contrário do que muitos pensam, não são lugares onde vamos para nos distrairmos ou para passar o tempo. São, tradicionalmente, lugares onde afinamos a nossa capacidade de atenção; onde os objetos, as imagens e os sons se combinam como em nenhum outro lugar, articulando uma singular natureza temporal com uma certa densidade espacial. Silenciosos ou ruidosos, de grande ou pequena dimensão, antigos ou contemporâneos, são dos raros lugares onde podemos ter o prazer de estar a sós connosco próprios.
O Porto tem um museu à escala da cidade, literalmente. Fragmentado em dezasseis estações, qual nova linha de metro, o Museu da Cidade estende-se desde o Parque da Pasteleira até à Quinta da Bonjóia, em Campanhã, num rizoma de edifícios notáveis, desde sítios arqueológicos a belíssimos parques e jardins, bibliotecas e arquivo, em zonas centrais e periféricas da cidade.
Tornar o museu numa plataforma dinâmica, baseada na heterogeneidade e na multiplicidade, é o desafio que nos propomos realizar e que propomos aos cidadãos do Porto e a todos os que nos visitam.