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Curso Breve #10 Jaime Ramos, um detetive do Porto

Auditório Biblioteca Municipal Almeida Garrett

Jaime Ramos por André Kosasih

Jaime Ramos, um detetive do Porto

Ao longo de 30 anos, em livros como Longe de Manaus, Um Crime Capital, A Luz de Pequim ou Melancholia, de Francisco José Viegas, o detetive Jaime Ramos elege o Porto como a sua cidade, aquela de que conhece e reconhece os recantos, e de que vai inventariando tudo o que nela desapareceu e não regressará jamais – mas também aquilo que permanece como um sinal da melancolia portuense. O Porto é a sua casa e uma grande parte da sua vida. 

A geografia das investigações de Jaime Ramos, ao longo de 12 livros, estabelece-se sobre o mapa do Porto, o lugar onde tudo acontece: crimes, histórias de amor, recordações, vidas perdidas e resgatadas, memórias da sua vida como investigador. 

Herdeiro e representante de uma tradição de detetives da literatura policial, Jaime Ramos é, no entanto, um investigador especial: preocupa-o a distinção entre lei e justiça; define-se a si mesmo como um biógrafo de vidas desesperadas; discute com as armadilhas da História e com as poderosas endogamias portuguesas; construiu uma relação especial com a cozinha; recorda o seu passado político; como pessimista, é um cómico que enfrenta o sofrimento dos outros. Tudo o interessa, como um erudito; nada o comove aparentemente, como um homem que vive à parte. 

Assim, em diálogo com os livros que protagoniza e com o seu autor, este curso breve procurará fazer a história sentimental de Jaime Ramos como detetive do Porto, numa analogia permanente com a literatura do género (o romance policial) e a ideia de que não existe literatura policial.  

Uma das sessões será apresentada pelo poeta e médico João Luís Barreto Guimarães, que analisará a relação de Jaime Ramos com a medicina legal, as autópsias – e a melancolia propriamente dita. 

 

Sessão 1 
As interrogações de um escritor. O policial género menor, uma luta de classes na literatura. Um género sem voz que o defenda. 
Poesia e narrativa. Contaminação. O meu caso. 
 

Sessão 2
Da ideia de mistério à história dos grandes detetives. 
Uma tradição portuguesa do policial. Ross Pynn, Frank Gold, Dick Haskins, Strong Ross, Dennis McShade – heteronímia e esconderijo. 
Os truques.  


Sessão 3 por João Luís Barreto Guimarães 
Jaime Ramos: medicina, autópsias e melancolia. Como se mata nos livros. 
 

Sessão 4
Manual de escrita: montagem, pintura, música, melancolia.  
Como nasceu Jaime Ramos. As heranças de um detetive. As influências.

 

Francisco José Viegas nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena 1) e televisão (Livro AbertoEscrita em DiaLer para CrerPrimeira PáginaAvenida BrasilPrazeresUm Café no MajesticA Torto e a DireitoNada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da VidaO Puro e o ImpuroSe Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um RioCrime em Ponta DelgadaMorte no EstádioAs Duas Águas do MarUm Céu Demasiado AzulUm Crime na ExposiçãoUm Crime CapitalLourenço MarquesLonge de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em CasablancaO Colecionador de ErvaA Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos e A Luz de Pequim (Prémio Fernando Namora 2020 e Prémio PEN 2020 Narrativa).

 

INSCRIÇÕES

Até 2 de outubro, valor de 7€ ou 3€ para utilizadores inscritos nas Bibliotecas Municipais do Porto e cartão Porto.

Limitado à lotação do auditório.

+ info e inscrições aqui.