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Em dezembro, o Ateliê António Carneiro celebra 100 anos com programação especial

Ateliê António Carneiro

O mês de dezembro marca a despedida da exposição inaugural do novo Ateliê António Carneiro com música, conversas e visitas. Há ainda tempo para celebrar os 100 anos da abertura do espaço, com uma programação que arranca esta quarta-feira, dia 4, e só termina no dia 22.

 

Esta quarta-feira e dia 11 há conversas sobre “António Carneiro, o retratista de almas – uma história do retrato na sua obra” e “Ecce Homo – Duas Obras em Diálogo”.

No dia 18, uma visita orientada ao tríptico “A Vida” promete transportar os presentes para um espaço irreal e simbólico, numa obra atemporal. A programação encerra a 22 de dezembro com uma visita e concerto, que evocam a alma delicada do artista, na véspera da abertura oficial, em 1924, do ateliê a familiares e amigos.

 

O artista e a sua obra em destaque

A sensibilidade artística de António Carneiro enfatiza-se na sua abordagem única ao retrato. Nos seus retratos, família, amigos e artistas tornam-se espelhos de emoções profundas e estados de espírito intangíveis.

Cada traço e pincelada revelam mais do que a aparência física: revelam histórias e introspeções. Dos autorretratos que narram diferentes fases da sua vida às encomendas que imortalizaram figuras ilustres ou cidadãos anónimos, António Carneiro eternizou, com intimismo e poesia, a essência espiritual de cada rosto.

A visita-conversa agendada para as 18 horas desta quarta-feira, com Marlene Rocha e Rita Ladeiro, promete um encontro com o universo do retrato na obra de António Carneiro para imergir em camadas de emoção e descobrir o domínio técnico em que se destacou.

Já a visita-conversa programada para o dia 11, à mesma hora, vai colocar em diálogo as duas versões de uma das obras mais icónicas de António Carneiro. Trata-se do original “Ecce Homo” (1901), pertencente à coleção da Câmara de Matosinhos, mas, na altura, recusado pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, que o encomendara, e a sua versão aceite e pertencente ao MMIPO – Museu e Igreja da Misericórdia do Porto.

José Ferreira e Silva (Museu e Igreja da Misericórdia do Porto) e Luís Soares (Câmara Municipal de Matosinhos) protagonizam esta conversa-visita entre instituições.

O tríptico “A Vida” vai estar em destaque no dia 18, com uma visita orientada por António Gonçalves. Pintada entre Paris (1899) e o Porto (1901), a obra marca a viragem do século como o Simbolismo nacional, movimento do qual António Carneiro havia de se consagrar precursor e único representante. Uma obra atemporal e um eco simbolista que importa atender no seu significado ético e estético.

 

Centenário da inauguração do Ateliê António Carneiro

Foi a 23 de dezembro de 1924 que António Carneiro celebrou, com solenidade íntima, a inauguração do seu ateliê, convidando apenas familiares e amigos mais chegados. Passados 100 anos, o Museu do Porto assinala a data com uma programação especial e despede-se do “Voo da Águia”.

Um dia antes do centenário perfeito, a 22 de dezembro, a partir das 16 horas, uma visita orientada pelo curador Bernardo Pinto de Almeida convoca o artista e a sua obra, num momento que vai ficar ainda marcado por um concerto da Orquestra Filarmónica Portuguesa, que irá apresentar uma obra de Cláudio Carneyro.

 

A participação em todas as atividades é livre, sujeita à lotação do espaço.