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PANFLETARISMO

Foyer Auditório Biblioteca Municipal Almeida Garrett

Captura de ecrã 2021-07-29, às 17.39.26

O arquivo do centro de trabalho do PCP do Porto foi objeto de um olhar gráfico que permitiu reunir duas centenas de cartazes, panfletos e brochuras produzidos pelo partido, por movimentos políticos em que esteve envolvido, por organizações sindicais e por manifestações informais afins, abrangendo o período de resistência até à formação da CDU.

Para além da iconicidade da foice e do martelo, a exposição privilegia a acção política local, da praia da Madalena aos montes de São Pedro da Cova, e a estreita ligação que o discurso tenta fazer com as várias dimensões do quotidiano e causas sociais. É um exercício que tenta articular a urgência de comunicar com a forma de o fazer no seu sentido mais lato: desde os silêncios da impressão na clandestinidade à premência de propagação de mensagem política dos cânticos por megafone no pós-25 de abril.

Rui Silva trabalha como designer gráfico desde 2005 no projeto www.alfaiataria.org, um espaço de corte-e-cose gráfico situado entre o Porto e Lisboa. Licenciou-se na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto onde desaprendeu quase tudo e cultivou o fascínio por tudo o resto. Desde 2007 que tem o prazer de desenhar livros, colaborando regularmente com editoras como a Antígona, a Orfeu Negro e a Dafne. Em 2016 aderiu ao paradigma das materialidades por um período de quatro anos — renovável por tempo indeterminado — e em 2018 inicia um pequeno laboratório de publicação, o Gabinete Paratextual, associado ao Doutoramento em Materialidades de Literatura que está em fase de conclusão com a tese: A condição de ser livro. A publicação como prática artística e o livro como artefacto.