CURSO BREVE #33 — LEITORAS DE CAMILO

A popularidade da obra de Camilo Castelo Branco deve muito a sucessivas gerações de leitoras. No âmbito da celebração do bicentenário do nascimento do escritor, convocam-se quatro vozes de mulheres leitoras e estudiosas da obra camiliana, para nos darem outras tantas leituras da vida e obra do genial romancista.

PROGRAMA

SEG 31 MAR, 18H

CAMILO CASTELO BRANCO, SUBSÍDIOS PARA UMA LEITURA ATUAL

Com Dália Dias

“Para suportar Camilo como cidadão e como escritor, usou-se tudo o que está no coração e na inteligência: usou-se a piedade, o humor e a razão prática. Mas ele resiste a tudo. É um homem livre e fantasioso. Pessoas assim, acabam mal (…)”.
(Agustina Bessa-Luís, Camilo, génio e figura) A leitura como atualização do belo, como revisitação da época e da história. A aventura da linguagem e as derivas da circulação dos textos literários. O convite vai partir de um título de Camilo: Onde está a felicidade? É um dos seus primeiros romances (1856), uma narrativa com cenário portuense e ribeirinho (de Cedofeita a Miragaia, ao desastre da Ponte das Barcas e até ao refúgio do Candal). Uma dimensão autobiográfica, uma paródia de costumes e uma saborosa ironização, a (re)visitar.

SEG 7 ABR, 18H

MEMÓRIA DO CÁRCERE

Com Sónia Silva (Centro Português de Fotografia / Cadeia da Relação)

Memórias do Cárcere é um relato autobiográfico no qual Camilo Castelo Branco descreve o período em que esteve preso na Cadeia da Relação do Porto, entre 1860 e 1861, acusado de adultério. Misto de realidade e ficção, com a habitual ironia e dramatização camilianas, temos, através da sua leitura, um vislumbre do ambiente sombrio da prisão e das figuras a povoavam à época. Camilo aproveita, ainda, para criticar o sistema judicial e a sociedade portuguesa oitocentista, expondo suas injustiças e hipocrisias. O livro é um exemplo do estilo mordaz e envolvente de Camilo, que transforma até mesmo a adversidade da prisão num relato literário fascinante.

SEG 14 ABR, 18H

AS DIMENSÕES DA MESA EM CAMILO

Com Elzira Sá Queiroga (Casa de camilo / Centro de Estudos Camilianos)

Em grande parte da sua vasta produção, Camilo dedica um espaço significativo às referências alimentares. As refeições, os espaços de convivialidade, os rituais de mesa próprios de cada grupo social, bem como os livros da Arte de Cozinha. Nesta sessão revisitam-se algumas passagens onde se confirma que as alusões gastronómicas não são uma escolha aleatória, nem se limitam apenas a reproduzir o quotidiano na ficção.

SEG 28 ABR, 18H

AS MULHERES DE CAMILO

Com Manuela Espírito Santo (Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto)“[…eu que não conheci minha mãe, aos dez anos já não tinha pai, vê tu que mocidade eu tive […]”. Camilo nunca superou a perda da mãe, Jacinta Rosa do Espírito Santo. A figura materna tê-la-á procurado em muitas das mulheres com quem se relacionou ao longo da sua vida. São algumas dessas mulheres – Jacinta, Luiza, Joaquina, Rita, Fanny, Patrícia, Isabel, Eufrásia, Ana, Felicidade – que nos propomos apresentar, caracterizando-as através de reflexões do próprio Escritor, de anotações por parte dos contemporâneos de Camilo Castelo Branco e das biografias comentadas dessas mulheres.

Programação integrada nas Comemorações do Bicentenário de Camilo Castelo Branco.

ENTRADAS

Entrada 7 euros / 3,50 euros com cartão da biblioteca ou cartão Porto.

Bilheteira online ou espaços com bilheteira do Museu do Porto

ENDEREÇO

Jardins do Palácio de Cristal
Rua de Dom Manuel II
4050-239 Porto

AUTOCARRO

1M, 200, 201, 207, 208, 302, 303, 501, 507, 601, ZM, 12M, 13M
Circular Massarelos – Carmo

ESTACIONAMENTO

Palácio de Cristal