Com Isabel Nogueira
19 DEZ 2024 21:30–23:30
BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
«A história de um realizador de cinema, Miguel Garay (o sóbrio e lúcido Manolo Solo), que há algum tempo deixou um filme inacabado por causa de um ator, Julio Arenas (o sombrio e destroçado José Coronado), que desapareceu de repente. E para sempre. Tudo isto aconteceu num passado estranho, o da juventude, no espaço quase sagrado em que tudo parecia possível. Décadas depois, o mistério regressa em toda a sua crua vulgaridade quando um programa de televisão decide investigar o que aconteceu, porquê e como. O ator que desapareceu é agora um homem vazio, incapaz de se lembrar e, portanto, de ser. Exploram-se questões como a memória, a identidade e o próprio tempo.» (Luis Martinez, excerto de um texto de crítica, El Mundo)
«Penso nas personagens do ator e do realizador como dois rostos de uma só entidade. O ator não tem memória, não sabe quem é. O realizador, por seu lado, tem memória a mais, não consegue fugir do peso dela. O ator foi tocado pela mão piedosa do destino, que o libertou do fardo da memória.» (Palavras de Victor Erice, entrevista a Luís Miguel Oliveira, Público)
Ano: 2023
Duração: 169′
Victor Erice nasceu em Carranza (Vizcaya) em 1940. Antes de entrar para o Instituto de Investigaciones Cinematográficas (IIEC), a escola oficial de cinema de Espanha, em 1960, estudou economia e ciências políticas. Erice escreveu crítica cinematográfica para revistas como Nuestro cine e Cuadernos de arte y pensamiento. O seu primeiro filme a solo é O Espírito da Colmeia (1973), premiado, em particular, em San Sebastian. Seguiu-se O Sul (1983), com presença na Selecção Oficial de Cannes, e O solo do marmeleiro (1992) – Prémio do Júri e o Prémio FIPRESCI em Cannes. Cerrar los ojos é a sua primeira longa-metragem de ficção em trinta anos – tendo, entretanto, trabalhado em vários projetos e realizado várias curtas metragens, de entre as quais Vidros Partidos (2012), no Norte de Portugal. O mais importante é que nunca deixei de viver como realizador, em nenhum momento, e suponho que se pode sentir isso nos filmes que terminei, que são também as consequências naturais dos que não consegui realizar. (Victor Erice, entrevista a Tomás Pérez Turrent, Positif, Maio de 1993)
Isabel Nogueira (1974-) é doutorada em Belas-Artes/Ciências da Arte (Univ. de Lisboa) e pós-doutorada em História e Teoria da Arte Contemporânea e Teoria da Imagem (Univ. Paris 1 Panthéon-Sorbonne). É historiadora e crítica de arte contemporânea, professora e ensaísta. Professora na Sociedade Nacional de Belas-Artes, investigadora principal no CIEBA/FBAUL. É editora da revista Arte e Cultura Visual (CIEBA). A encantatória visualidade: textos sobre cinema (Ed. Húmus, 2023) é o seu ensaio mais recente.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço, com abertura de portas 30 minutos antes da sessão.
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