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CONCERTO INAUGURAL DAS COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA CASA DO INFANTE | SETE LÁGRIMAS — PROJECTO DIÁSPORA

CASA DO INFANTE

Sete Lágrimas - © Rita Santos 2023

Quando, em 1325, João Anes Melacho inscreveu o seu nome no silhar, marcando para sempre a autoria do almazém régio destinado a Alfândega do Porto, que D. Afonso IV o havia mandado construir, não imaginava que 69 anos depois ficaria tão ligada ao nascimento do Infante D. Henrique e aos festejos do seu batismo. Sete séculos depois da primeira pedra, a Casa do Infante celebra, este ano, o edifício que ao longo do tempo albergou tantos serviços, usos e feitos, inaugurando em março, mês do nascimento do Infante, o programa das comemorações.

 

Será um concerto de música antiga a lembrar o que abrilhantou a festa de 1394, registado no pergaminho coevo – Recibos das despesas com os festejos do batismo do Infante D. Henrique – guardado no Arquivo Histórico Municipal do Porto, por coincidência ou por destino, também sediado nesta espaço. Um momento de festa e celebração, a lembrar a casa do Infante que lhe deu o nome, que tem sido abrigo e palco de muitos projetos e acontecimentos e que segue a perpetuar a memória da cidade e do seu patrono.

 

O que o Sete Lágrimas nos propõe no seu projecto Diáspora é uma viagem por repertórios escritos e orais, mais próximos ou mais remotos, de teor ora mais erudito ora mais popular, que reflectem esta vivência de seis séculos de partilhas artísticas intensas num mundo interligado pela primeira vez pelas caravelas portuguesas e marcado no decurso desse tempo longo por luzes e sombras, dores e alegrias, violência e paixão de que a Música dá testemunho.

— Rui Vieira Nery

 

Sons, imaginação, viagem. Três operadores do universo criativo da diáspora portuguesa que deram origem a um vasto reportório – em grande parte ainda desconhecido. Deles nasceram novas galáxias sonoras, espalhadas pelas sete partidas, conhecidas por música e por tantos e diferentes nomes. Sons de vozes, de instrumentos, do sino “que desperta o sonho dos monges” (Simão Xavier da Cunha, ou Wu Yushan, 1632-1718). Sons de reinóis, de merdejkas, de cafres, de malaios, de uma paleta humana sem precedentes na história da humanidade.

— João Soeiro de Carvalho

 

 

PROGRAMA

 

Intérpretes

FILIPE FARIA (voz, percussão, viola de mão de 4 ordens)

SÉRGIO PEIXOTO (voz)

TIAGO MATIAS (vihuela, guitarra barroca e tiorba)

JUAN DE LA FUENTE (percussão)

 

Autores e obras musicais

  1. D. DINIS (1261-1325) — Que’eu maneira de Proençal
  2. TRADITIONAL (Itália/Lombardia) — San Giuseppe e la Madonna
  3. FILIPE DA MADRE DE DEUS (1626-?) — Oiga el que ignora
  4. VILANCICO ANON. (s. XVI) — Senhora del mundo
  5. ANON. (Brasil) — É tarde, ela dorme
  6. Trad. Andaluzia/JUAN DE LA FUENTE — Variação sobre Seguiriya
  7. LUNDUN (s. XVIII/XIX) — Menina você que tem
  8. FILIPE FARIA (n.1976) e SÉRGIO PEIXOTO(n.1974) sobre poema anónimo (s. XVI) — Pues que veros
  9. Trad. (Macau/China) — Bastiana
  10. Trad. (Timor) — Mai fali é
  11. FILIPE FARIA (n.1976) e SÉRGIO PEIXOTO(n.1974) sobre Anónimo (s. XVI) — Lágrimas de saudade
  12. Sarambeque de Abreu (s. XVII)
  13. EUGÉNIO TAVARES (1867-1930) — A força de Cretcheu
  14. Trad. (Japão) — Takeda no komoriuta
  15. ANON. (Codex Coimbra, MM97/Tiago Matias) — Tarantela
  16. Trad. (Idanha-a-Nova/Portugal) — Meu bem bê à bá

 

Projecto Diáspora — Para lá de caravelas e de Boa-Esperança a relação de Portugal com o mundo nasce de uma vontade de mudança… Com a expansão portuguesa do século XV inicia-se um período de aculturação e miscigenação que influencia mutuamente as práticas musicais dos países dos Descobrimentos e de Portugal e muda a configuração do nosso ADN colectivo para sempre…

O projecto Diáspora conta com três títulos: “Diaspora.pt” (2008), “Terra” (2011) e “Península” (2012) e mergulha nos géneros e formas musicais dos cinco continentes de ontem e de hoje, arriscando novas fórmulas interpretativas de repertórios populares e eruditos do século XVI ao século XX, do vilancico ibérico às modinhas e lunduns, dos vilancicos “negros” do século XVI/XVII ao “chorinho” brasileiro, das “mornas” africanas às canções tradicionais de Timor, Macau, Índia, Brasil, etc… Uma vertigem experimental pela viagem, caminho, peregrinação, terra, água, saudade e pelo que ficou hoje depois de todos os ontem…

 

BILHETES

Bilheteira online ou espaços com bilheteira do Museu do Porto / 60 participantes

Preço: 4€ Geral

 

Descontos:

Cartão Bibliotecas 50%

Cartão Porto. 50%

Colaboradores MP 50%

Estudantes 30%

 

ENDEREÇO

Rua da Alfândega, 10
4050-029 Porto
Direções

AUTOCARRO

500, 900, 901, 906, ZM, ZR, 1

METRO

S. Bento

ESTACIONAMENTO

Praça do Infante D. Henrique