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DE CORPO PRESENTE: cinco artistas apresentam obras em “conversa” com Aurélia de Souza

O Museu da Cidade apresenta, no Museu Nacional Soares dos Reis, um ciclo de performances que reflete sobre a atualidade da obra e vida da pintora Aurélia de Souza. Um programa que acompanha a exposição evocativa dos 100 anos da morte da artista, a partir de uma das peças mais icónicas que está presente no local.

É um dos objetos mais marcantes (e até mais enigmáticos) do espólio deixado pela pintora Aurélia de Souza: em “Autorretrato como Santo António”, a artista vestiu-se a rigor (subentenda-se, de Santo António) para uma visão menos dogmática da figura do homem (santo) que se procura representar nas pinturas mais tradicionais.

Neste momento, o quadro está integrado na mostra “Vida e Segredo. Aurélia de Souza 1866-1922”, inaugurada nesta semana e composta por 92 obras, que evoca o primeiro centenário da morte da pintora portuguesa.

E a partir deste sábado, 26 de novembro, esta pintura serve também de ponto de partida para um conjunto de performances desenvolvidas no interior do museu, procurando o ponto de encontro entre o corpo e o espaço que a artista abordou ao longo dos seus anos de trabalho.

Para isso, serão ativadas diferentes disciplinas artísticas, como a leitura e a instalação, a performance e a poesia, com foco no som em contacto direto com o cenário envolvente.

Assim, durante os próximos meses, o ciclo “De Corpo Presente” propõe a apresentação de novas criações de António PoppeVera MotaIsabel Carvalho e Carminda Soares, cabendo a Luísa Mota a abertura deste programa, com a apresentação, neste sábado, às 16h00, do primeiro momento de um tríptico desenvolvido pela artista para esta iniciativa.

O acesso às diferentes apresentações é gratuito, mediante a lotação da sala, e promete surpreender pelas diferentes visões que a artista deixou nos criadores atuais.

Câmara do Porto possui, de resto, o mais importante espólio da artista, que está instalado na Casa Marta Ortigão Sampaio. O edifício, que integra o Museu da Cidade, foi doado ao município em 1978, pela colecionadora de arte Marta Ortigão Sampaio, sobrinha da artista e sobrinha-neta do escritor Ramalho Ortigão. 

O programa pode ser consultado aqui.

 

Texto: José Reis / Ágora: Cultura e Desporto