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"O Teatro das Plantas" | De Corpo Presente

Museu Nacional Soares dos Reis

Em O Teatro das Plantas é invocado o jardim representado na pintura À Sombra (s.d.), de Aurélia de Souza, através da audição de uma teia de brevíssimas narrativas construídas e recitadas por Isabel Carvalho. Estas narrativas partem de dados biográficos da pintora e de observações e recomendações ficcionalmente trocadas, ao longo de extensas gerações, entre mães e filhas, entre irmãs, e entre filhas que passam a ser “mães”, num teatro familiar de cuidados mútuos, recriado além do parentesco linear. No conjunto, ter-se-á procurado dar espaço de representação literária ao que é comummente tido como insignificante (com pouco ou de desvalorizado significado), registando-se a familiaridade dos gestos trocados e as relações de cumplicidade estabelecidas entre humanos e os animais, as plantas, o mar e o rio, e desta forma complexificando o sentido de coexistência. Em contraste com a brevidade do que é ouvido, imagens de um painel cerâmico, feito do composto de vários jardins da cidade, são projetadas a um ritmo vagaroso, interrompendo expectativas da experiência de tempo comum e retendo a atenção no instante. Para esta composição, Kali/João Leonardo criou um ambiente sonoro, estruturado a partir dos elementos naturais implícitos nas narrativas.

 

Isabel Carvalho (Porto, 1977). O seu percurso artístico caracteriza-se por uma forte componente experimental, sustenta-se na investigação, principalmente no domínio da filosofia e da literatura, e desenvolve-se no cruzamento das artes com as ciências e o conhecimento especulativo. Nos seus projetos aborda recorrentemente questões relativas à materialidade subjacente à linguagem e extensíveis às formas expressivas não-verbais, procurando sensibilizar e desejando poder contribuir para a preservação de ecossistemas de sociabilização diversificados e, por consequência, inclusivos, povoados por humanos e não humanos. O seu trabalho tem-se desenvolvido na íntima articulação entre as artes visuais, a escrita, a edição e a publicação de livros, grupo de expressões ou meios que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a expandir para a escultura e a ocupação do espaço tridimensional. Expõe individual e coletivamente com regularidade, destacando-se, entre as mais recentes apresentações, as seguintes: Langages Tissés, Centre d’Arte Le Lait (Albi), em França e AR(a)C(hné)-EN-CIEL, Galeria Quadrado Azul (Lisboa), Strange Attractor, Pavilhão Branco (Lisboa) e Pés de barro, Galeria Municipal do Porto (Porto), em Portugal. Fez residências artísticas na Kusntlerhaus Bethanien, Berlim, Alemanha; Hangar, Barcelona, Espanha e Maaretta Jaukkuri Foundation, Lofoten, Noruega. Está representada em várias coleções públicas. Foi responsável pelo projeto Navio Vazio, um espaço de ocupação temporária de experimentação editorial a três dimensões. Em 2017, iniciou a revista Leonorana, da qual é autora e editora.

 

PROGRAMA

FEV 2023
QUI 2 FEV 17H30
SÁB 4 FEV 16H30
— criação de Isabel Carvalho

 

SÁB 11 FEV 16H30
—  criação de Luísa Mota (momento III)

 

INSCRIÇÕES

Entrada gratuita.

ENDEREÇO

Museu Nacional Soares dos Reis
Rua de Dom Manuel II 44, 4050-522 Porto

AUTOCARRO

1M, 200, 201, 207, 208, 302, 303, 501, 507, 601, ZM, 12M, 13M
Circular Massarelos – Carmo

ESTACIONAMENTO

Palácio de Cristal