De Tomás Cunha Ferreira
Curadoria do Núcleo de Programação do Museu da Cidade
8 OUT 2021–2 JAN 2022
MUSEU GUERRA JUNQUEIRO
Tendo o desenho como denominador comum, o trabalho de Tomás Cunha Ferreira (Lisboa, 1973) combina vários suportes, numa prática em circuito aberto e transfronteiriça – cada trabalho assume-se como protótipo que pode tomar diversas formas, funcionando como possível partitura, notação, poema visual, emblema, padrão, pintura, entre outros. Nessa medida, cada trabalho resulta numa figura híbrida condensada, cuja leitura está em constante transição entre elementos visuais e elementos rítmicos ou sonoros.
Num texto de 1965, ‘Between Poetry And Painting’, o monge beneditino e poeta Dom Sylvester Houédard utiliza, para se referir de um modo mais amplo à palavra e à pintura, os termos logos e ícone. Percorrendo uma cronologia histórica das relações entre logos e ícone, desde os artefactos primitivos até aos anos de 1960, Dom Sylvester Houédard propõe termos como ‘quasepintura’, ‘quasepalavra’, ou mesmo ‘quaseletra’, que servem como ganchos programáticos abertos e em permanente redefinição. A proposição destes termos compósitos é programática, e as suas premissas procuram abalar a natureza e a existência das palavras e da pintura enquanto matérias estanques, propondo zonas de circulação livre e de não-separação entre texto e imagem, entre poesia e pintura, entre logos e ícone. Como irmãos separados à nascença, logos e ícone são resgatados através desta enviesada árvore genealógica elaborada por Houédard.
Entrada Gratuita
Terça—Domingo
10H—17H30
Encerra às segundas e dias feriados.
Rua de Dom Hugo, 32. 4050-305 Porto
Localização
22, 207, 303, 400, 904, 905, ZH, 202, 207, 303, 400, 500, 900, 901, 904, 905, 906, ZH
S. Bento
Funicular: Batalha
Dom João I