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Fernando Távora entre gerações: Museu do Porto convida para uma Deriva por zonas habitacionais

1962. Casa Pablo Galli

A aproximação da data do centenário do nascimento de Fernando Távora (25 de agosto) continua a ser assinalada na programação do Museu do Porto, com propostas para aprofundar o conhecimento sobre a vida e obra do arquiteto.

 

Nos dias 1 e 5 de agosto, às 15h, decorre a Deriva #20 — «ZONAS HABITACIONAIS. FERNANDO TÁVORA ENTRE GERAÇÕES», orientada pelo arquiteto Luís Aguiar Branco.

 

O ponto de encontro da atividade é na Rua de Costa Cabral (na esquina com a Rua Silva Tapada, junto ao café Barcarola), local simbólico de uma transformação vivida pela cidade: a de Costa Cabral corresponde ao alinhamento da medieval estrada velha para Guimarães onde, como era habitual, as famílias nobres edificavam pontualmente quintas nos arredores da cidade amuralhada.

 

Neste local, existiu a designada Quinta do Paço com referências documentais desde meados do século XV, a qual sofreu obras de total transformação em 1949. No final dos anos 30 do século XX, os terrenos da Quinta vão ser rasgados com novos arruamentos definindo uma zona habitacional de carácter burguês, e onde uma nova geração de arquitetos contribuiu para realçar a dignidade do local, aceitando as correntes estéticas da época.

 

Esta Deriva é conduzida por Luís Aguiar Branco, arquiteto no Departamento Municipal de Gestão do Património Cultural da Câmara Municipal do Porto e que orientou, em maio, o Curso Breve «Arquiteto Fernando Távora: consagrar a vida à verdade», dedicado à prática daquele que é considerado, por muitos, como o pai da «Escola do Porto».

 

Nascido na cidade Invicta, a 25 de agosto de 1923, Fernando Távora foi uma figura influente da cultura arquitetónica.

 

Exposição reabre a Antiga Casa da Câmara

 

O Museu do Porto comemora o centenário do nascimento do arquiteto com a exposição «A Urgência da Cidade», que reabre a Antiga Casa da Câmara no Morro da Sé. Com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, a exposição é inaugurada no dia 24 de agosto, às 18h, e estará patente até 29 de outubro.

 

Esta exposição visa a história da cidade, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea, que evoca a arquitetura moderna e erudita do seu autor, no dealbar do século XXI. Um projeto e obra profundamente simbólicos, inseparáveis da cultura universalista, do interesse pela História e da personalidade vanguardista do seu arquiteto.

 

Por outro lado, a exposição desenvolve um olhar sobre o mestre e fundador da chamada «Escola do Porto», a sua formação e a relação biográfica e profissional que estabelece com a cidade, propondo ao visitante um roteiro de vida e obra, que põe em evidência alguns dos projetos mais eloquentes do seu pensamento e intervenção. Neste contexto, apresenta-se um conjunto de testemunhos inéditos de colegas e discípulos, como Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura.

 

Durante o período da exposição haverá um programa de mediação com a comunidade e com todos outros públicos, desenhado por Vanessa Espínola.

 

Para 30 de setembro está marcada uma sessão do ciclo «Um Objeto e seus Discursos» dedicada à Antiga Casa da Câmara. A sessão contará com a participação de Manuela de Melo, Carlos Martins e Suzana Faro (moderação) e será antecedida de uma visita conduzida por Manuel Real.