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Palácio de São João Novo. Em «Casas do Porto: século XIV ao XIX», 1958. Fotografia de Teófilo Rego
O projeto “Um Objeto e seus Discursos” regressa à agenda da cidade já neste sábado, 16 de setembro, centrando-se nos patrimónios do Museu e Bibliotecas do Porto.
A nova temporada deste ciclo de conversas portuense arranca acendendo os seus holofotes sobre um dos mais notáveis palácios barrocos do Porto — o Palácio de São João Novo, antiga casa do Museu de Etnologia do Porto (1945-1992). Este sábado, às 18h, esta primeira sessão evocará também a personalidade transbordante e quase inclassificável do seu último diretor, Fernando Lanhas (1923-2012), na celebração do centenário do seu nascimento.
Numa sessão que contará com abertura da Diretora Regional da Cultura do Norte, Laura Castro, será a primeira vez em 31 anos que as portas do Palácio de São João se abrirão à cidade.
Edificado em finais do século XVIII, segundo desenho do arquiteto António Pereira, o Palácio já serviu funções de residência particular, de comércio, de hospital militar culminando, em 1945, com a instalação do Museu de Etnografia e História do Douro Litoral.
Classificado como imóvel de interesse público, o Palácio de São João Novo será a morada do futuro núcleo central do Museu do Porto, na sequência de um acordo entre o Ministério da Cultura e o Município do Porto para a transferência da sua gestão.
A conversa de abertura do ciclo será protagonizada pelos historiadores Filomena Serra e Nuno Resende, e pelo arquiteto Pedro Lanhas, filho de Fernando Lanhas, numa moderação de Jorge Sobrado, diretor do Museu e das Bibliotecas do Porto.
Criado em 2014 e com periodicidade quinzenal, “Um Objeto e seus Discursos” propõe o contacto com lugares, obras de arte, documentos históricos ou arquiteturas do Porto, contando com a mediação de especialistas, responsáveis do município ou personalidades de diferentes quadrantes e sensibilidades. As sessões vão distribuir-se por diferentes espaços da cidade.
A 30 de setembro, a segunda sessão do ciclo abordará a história da Antiga Casa da Câmara. O novo núcleo do Museu do Porto, reaberto no passado dia 24 de agosto, será palco de uma conversa sobre os vários papéis que desempenhou: torre medieval, casa do poder do Bispo, monumento contemporâneo com assinatura de Fernando Távora e, agora, Museu. Às 18h, a Antiga Casa da Câmara acolherá uma visita à exposição inaugural “A Urgência da Cidade: o Porto e 100 anos de Fernando Távora” pelo seu curador científico Manuel Real, seguida de conversa entre a antiga jornalista e ex-deputada, Manuela de Melo, e o arquiteto e professor, Carlos Martins. A moderação estará a cargo da museóloga Suzana Faro.
As duas sessões de outubro serão dedicadas aos “Castelinhos de granito de Nasoni” e ao lugar e destino da “Estátua ‘O Porto’”.
As sessões do programa têm entrada gratuita, sujeita à lotação dos espaços, mediante inscrição prévia, disponível no site do Museu do Porto.